Ela queria ver tudo, queria conhecer o mundo todo e também a si mesma, queria acreditar nas pessoas e em todas as fantasias por elas criadas. Ela queria ser outra. Queria nascer das cinzas que lhe restavam, queria ser como a fênix. Mas não era.
Era brisa, mas queria
ser furacão.
A garota do vestido
azul só sabia aquilo que queria saber, e talvez por isso, não estivesse ciente
do poder das brisas e nem das mudanças singelas que elas proporcionavam, ao
menos não naquele momento.
A pequena mochila estava pronta, e a carta já escrita. O
coração batia acelerado.
Deixar a casa dos pais de forma tão grotesca não parecia boa
ideia pra alguém que ate outro dia só pensava no futuro, nos estudos e na
faculdade de medicina. O barulho da moto que estava na esquina a acelerava, e a
fumaça que saia do escapamento, casando suavemente com a neblina daquela noite a
faziam por algum momento pensar em ficar.
Mas afinal foi, queria ser furacão, queria fazer jus ao
batom que usava.
- Podemos ir?
Disse o cara da jaqueta de couro e camisa branca, aquele que
até então era dono de seu coração. Ela balançou a cabeça positivamente e
agarrou-se a ele, de hoje em diante, somente a ele.
Continua...
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